Californing

Podem ver as minhas fotos online.

Saturday, January 26, 2008

Californing

Mais de um ano depois de nascer e após mais de 9 meses de vida, este blog encerra um ciclo! Cumpriu o objectivo de manter informada a família e os amigos sobre as minhas vivências em San Francisco e cumprirá agora a importantíssima função de guardar as minhas memórias. Deu muitíssimo trabalho a construir mas tenho imenso orgulho no resultado, hoje, que publico pela última vez.

Vou continuar a blogar num "novo" blog também pessoal mas com um âmbito maior, assim espero. Acompanhem-me em http://lisboning.blogspot.com

As últimas palavras do meu blog são dedicadas aos leitores, especialmente aos anónimos que que me visitaram frequentemente.

Obrigado e até à próxima.

Wednesday, December 12, 2007

Epílogo

Desde dia 3 de Dezembro que estou a trabalhar em Linda-a-Velha na OutSystems, como consultor. Foi a opção mais sensata profissionalmente pois rentabiliza esta minha experiência internacional. Vou apostar forte a curto prazo nesta opção, avaliando o meu desempenho no médio prazo para poder fazer ajustes e colher os devidos frutos no longo prazo.

Agora vivo em Lisboa, no Bairro Alto. Continuo a escalar e tenciono praticar outros desportos. Irei fazer novas amizades por cá, frequentarei novos espaços (agora sem fumo) e tentarei consumir ao máximo os recursos culturais que a capital tem para oferecer.

Monday, December 10, 2007

Grandes até no tamanho do papel de higiénico

Os carros são grandes, as estradas são largas, os fogões e os frigoríficos gigantes, os prédios são altos, a população é grande (e gorda fortezinha... vá) e como não podiria deixar de ser, o papel higiénico é mais largo.


Desde o dia em que cheguei a San Francisco e me sentei numa sanita (que parecem todas entupidas dada a altura a que colocam o cifão) que reparei na largura do rolo de papel higiénico americano. Comentei o seu tamanho com os meus colegas mas nenhum me deu razão.

Exemplar americano

Não tive coragem de enviar umas folhas de papel higiénico para Portugal, para análise, nem coragem de importar tal coisa. Portanto, na hora da despedida, tratei de acondicionar devidamente alguns exemplares que, felizmente, não foram detectados no controlo alfandegário.

Exemplar português

Leitores do meu blog, quero aqui anunciar que o papel higiénico americano é mais largo que o nosso em 2,3 cm, (25% mais largo). É um facto, comprovado pela fotografia. Quanto a interpretações e conclusões (óbvias), tirem-nas vocês.

Labels:

Sunday, December 02, 2007

South Lake Tahoe

No final do mês de Outubro, eu e a Joana fizemos a última viagem turística na Califórnia, onde tentamos colmatar uma falha grave: não ter feito desportos de inverno na zona do Lake Tahoe.

Lake Tahoe ao fundo

Claro que em Outubro ainda não há neve, mas de verão também se praticam imensos desportos de água no lago. Nesta nesta altura do ano o tempo não dava nem para uma coisa nem outra.

Então aproveitamos para dar uns passeios nas margens do lago, ver os salmões na fase final do ciclo reprodutor que subiam um pequeno braço de rio , andar de cavalo e jogar os casinos do Nevada.

Passeio de cavalo com o Lake Tahoe ao fundo

É proibido o jogo na Califórnia (excepto raras situações) por isso basta atravessar a fronteira com o Nevada e temos logo 2 casinos lado a lado e mais 3 a poucas dezenas de metros. Chega a ser ridícula a próximidade da fronteira.

(fotos aqui)

Labels: ,

Friday, November 23, 2007

A história do Volvo Verde

Há dois meses, a Joana recebeu por empréstimo de uma colega de trabalho um carro. Foi o nosso fiel companheiro de viagem, chegando fazer 1500 milhas num fim-de-semana.


Quando a Joana foi embora, ela pediu à colega se eu podia ficar com o carro durante o fim-de-semana para a levar ao aeroporto. Sem nada para fazer na semana seguinte, aproveitei-me do carro para fazer a Rock Trip. Inventamos uma desculpa em como eu tinha percebido mal quando tinha de entregar o carro e usei-o na Rock Trip (só precisava que o carro se aguentasse mais uma semana...).

A viagem para Yosemite correu sem problemas mas 2 dias depois, eles apareceram. Uma seta começa a piscar no painel de instrumentos: problemas na transmição... O carro, de caixa automática, passou para winter mode, o que significa que as acelerações são muito lentas e a velocidade é baixa. Desligo o carro e não o consigo ligar mais. Só consegui acender mais uma luz de aviso: Check Engine. Eram 7h da manhã, estavamos a 2 milhas do acampamento e íamos escalar... quer dizer, fomos! Quando voltassemos logo se via.

Ao fim da tarde, o carro liga à primeira mas as luzes de aviso continuam lá. O carro anda bem, apesar de estar em winter mode e a luz Check Engine estar ligada. No dia seguinte ia fazer uma viagem grande, para sul e outra uns dias depois, por isso estes alertas assustaram-me um pouco, mas não me demoveram de continuar viagem.


Sigo então para Bishop assim com o carro. Havia de lá chegar. Fiz metade da viagem, montanha acima, sem problemas de transmissão mas na descida "salta" para winter mode. Nada de grave, até chegar a Bishop, onde teria de subir umas montanhas por estradas de terra, em que o winter mode já incomodava.


Apesar de mais lento, lá chegou ao seu destino. No dia seguinte, a viagem para LA decorreu sem mais problemas, mas no regresso a SF, mais uma luz acende: Service. O carro continuava a andar, e bem, mas o painel começava a ficar colorido!

Chegado a SF, tratei de informar a dona do carro de todo o azar que tinha tido no "dia em que cheguei das supostas férias e peguei no carro para ir às compras" (ganda peta). Ela compreendeu a situação e, sendo um carro já velho, aceitou que os problemas surgissem. "É normal", justificou ela. Aproveitei-me então da situação e pedi mais uns dias, para poder fazer as malas descansado.


No último dia, San Francisco dá-me um presente de despedida: uma multa para pagar. Aqui só se pode estacionar nas zonas residenciais se formos residentes, senão só por um período máximo de 2 horas. Já tinhamos apanhado 2 multas em LA, em Abril, de $35. Abro o envelope e vejo $100 no total! Era uma multa por não ter matrícula à frente!

Lavei o carro, comprei uma caixa de chocolates de agradecimento e lá fui entregar o carro, nestas condições. No entanto tinha o número do trabalho da dona do carro, portanto não a consegui contactar a noite toda! De manhã, no dia da partida, levanto-me às 6h e vou para a morada indicada, para ver se a apanho antes de ir para o trabalho, mas a morada é de um complexo de apartamentos e não sei o andar. Lembrei-me de consultar uma mensagem de voicemail antiga, pedir informações sobre a mensagem e apontar o número móvel. Problema resolvido. Conheci então a dona do carro e comecei por pedir desculpa por:

  • ter ficado com o carro por mais 1 semana;
  • não ter conseguido entregar o carro na véspera e ter de a acordar tão cedo;
  • entregar o carro com 2 luzes de aviso acesas, a precisar de manutenção;
  • uma multa de $100 por não ter matrícula;

Ela disse que o carro estava bom! Não ía pagar a multa pois ía para Boston (3100mi de San Francisco) no fim-de-semana para dar o carro à amiga e ela ía mudar as matrículas. Pediu-me então a chave do carro, dei-lhe a caixa de chocolates e regressei a pé a casa.

Moral da história: o Volvo é verde.

Rock Trip: Report

Esta Rock Trip foi a recompensa final depois de 9 meses de trabalho com apenas 1 dia de "férias" e alguns feriados. Uma semana a escalar nos mais famosos locais, sozinho, com aventuras e muita aleatoriedade à mistura!


Adorei a experiência de viajar sozinho, sem compromissos, sem limites (apertados) de tempo. A liberdade que temos, as pessoas que somos obrigados a conhecer para combater a solidão e a aventura que se proporciona levam-me a desejar repetir a experiência, quem sabe em circunstâncias mais extremas!

Ficam as fotos possíveis para quem viaja sozinho (com alguns comentários).
A única forma de aparecermos é mesmo esticar o braço e fazer um auto-retracto.

Labels: ,

Wednesday, November 14, 2007

Despedida

As férias da semana passada foi talvez a decisão mais acertada que fiz nos últimos meses. Desde que cheguei tenho andado num stress enorme, com prendas para comprar, malas para fazer (e não coube tudo...), conta do banco para fechar, arrumar a casa, despachar roupas e loiças...

A verdade é que não sei o que dizer no último post que escrevo a partir de San Francisco. Vou colocar mais alguns que ainda não tive tempo para escrever, colocar mais algumas fotos no picasa e darei por terminado este blog.

A todos os que me acompanharam nesta aventura, o meu muito obrigado por todo o suporte e atenção prestada.

Labels: ,

Saturday, November 10, 2007

Rock Trip: Day 6

Para o último dia das minha férias estavam reservadas fortes emoções. O plano era passar o dia no Six Flags: Magic Mountain. Primeiro ofereci-me para levar o Darren a LA, a casa de um amigo, que só voltava à noite. Depois de pensar um pouco, o Darren lá decidiu ir comigo para o Six Flags, em vez de passar 14h à porta de um apartamento em LA, à espera do amigo.

O bilhete custava $60, mas era possível pagar metade se encontrasse-mos a promoção correcta. passamos 1h30 à procura de uma lata de Coca-cola que nos dava 2 bilhetes pelo preço de 1. Depois de muito esforço, lá nos ofereceram uns cupões com 50% de desconto e entramos por $30.

Passamos o dia inteiro a ser mal tratados por todo o tipo de forças G, a sentir gravidade zero por muitos segundos e a apanhar grandes molhas em algumos percursos mais molhados...

Já de noite, vim deixar o Darren a LA, a casa do amigo, que afinal está no Arizona a acabar um jogo de hóquei no gelo e só chega depois da meia noite. Lembrado do episódio de condução do dia anterior, decidi ficar em casa dele (do desconhecido) e conduzir as 6h de viagem amanhã bem cedo. Mas como entrar em casa dele se ele não está lá? Ele vive num daqueles complexos de apartamentos, num 3ª andar, em Bel Air. Fácil: salta-se por cima da porta das escadas de emergência, salta-se das escaladas para a varanda do 3ª andar e abre-se a porta.


E pronto... cá estou eu na casa de um desconhecido, a escrever mais um post desta rock-trip. O que será que me reserva o dia de amanhã?

Labels: , ,

Friday, November 09, 2007

Rock Trip: Day 5

Lembram-se de ter dito no post anterior que iríamos procurar um local para acampar? Esqueçam. O Darren (o rapaz da Tanzânia) telefonou a um conhecido dum amigo dele que vive em Bishop, chamado Paul, conhecido por dar abrigo a imensos escaladores que vão passando pela cidade. Tal como esperávamos, fomos bem recebidos (até estivemos a ver um filme com as 5 pessoas que vivem nessa casa) e ele ofereceu-nos lugar para dormir.

Colchão que partilhei com o Darren para uma boa noite de sono

No dia seguinte partimos à descoberta das gargantas do rio Owen, umas falésias de mais de 70m, em que os primeiros 40m eram uma espécie de rocha vulcânica. O tempo esteve mais uma vez excelente! Escalamos das 10h às 16h, pois às 17h fica noite. O Darren estava pouco motivado então fez-me segurança em 9 vias seguidas, tendo escalado um total de 12. A melhor, um 5.11d, quase que encadeava à vista, mas depois de 2 tentativas falhadas decidi experimentar outras vias e deixar os encadeamentos para quando estiver em forma. No entanto, nenhum dos nosso amigos foi capaz de encadear a via, pelo que se provou pelo menos que era uma via dura.

Garganta do rio Owen

Saidos da falésia, o Darren decide à última hora ir comigo para LA. Fazemo-nos à estrada já depois das 18h, contando chegar ao Motel 6 de LA perto das 23h. Foi uma longa viagem, com um susto pelo meio: ao chegar a LA, com o Darren já a dormir no "lugar do morto" e comigo bastante cansado depois de 12 vias e 4h de condução, começo a "pesar figos". Tento concentrar-me pois faltavam menos de 10min para chegar e, de repente, abro os olhos e reparo que estou a sair da auto-estrada, numa saída errada! Tinha adormecido ao volante! Lá dou umas voltas e 5min depois estava a fazer check-in no Motel 6...

Tomei um banho, 6 dias depois do último, e dormi numa cama com colchão, lençóis e almofada! O Darren fez o mesmo... pois já cheirava pior que um sem-abrigo (e como me custou aguentar o cheiro no início da viagem).

E foi assim o meu último dia de escalada, depois de 2 dias de boulder e 2 de clássica, nada melhor que queimar todas as energias na desportiva!

Labels:

Thursday, November 08, 2007

Rock Trip: Day 4

Este foi um dia cheio de coisas para contar, fruto da minha situação de aventureiro solitário! Ontem à noite, à luz da fogueira, conheci um escalador da Tazmania que me convenceu a vir para Bishop, fazer boulder com os amigos do Alaska.

Levantamo-nos cedo, guardamos tudo antes que o guarda do parque de campismo chegasse e pusemo-nos a caminho. Ficaram por pagar 2 noites, apesar de eu bem ter tentado pagar, mas o guarda chega depois de partirmos para a escalada e vai embora antes de chegarmos! Foi o que aconteceu hoje de manhã. No entanto quase que nos apanhava, pois o carro não arrancava! Quando finalmente arrancou, uma luz a dizer "Check Engine" acendeu no painel de instrumentos! A viagem seria de 3h, seguida por uma de 5h um dia depois e de uma de 7h três dias depois... por isso esta luz não era bom sinal. Depois de ler as instruções do carro, descobrimos que o carro continuaria a andar e lá seguimos viagem. Então lá fui eu mais um Tazmaniano para o meio do deserto, procurar 2 escaladores do Alaska e dois locais... Com alguma sorte à mistura, lá os encontramos!

Acabadinho de chagar a Bishop
Seguimos para a zona dos blocos para escalar mas estava toda a gente em modo de "descanso". Todos tinham dado o máximo no dia anterior e este dia deveria ser de descanso. No entanto eu não podia deixar passar a oportunidade de escalar em Bishop e atirei-me com a força toda aos blocos mais duros. Numa fantástica travessia chamada de Ironman, esfolei o polegar direito e perdi toda a vontade de continuar a escolar os dedos! Felizmente toda a gente decidiu fazer deste dia um dia de descanso e fomos procurar um relvado, no meio do deserto!

Dois dos meus novos amigos, perto de um bloco de Bishop

Depois de nos perdermos do carro dos nossos amigos locais por instantes, e sem telemóvel, lá encontramos este oasis onde montamos uma fantástica Slackline onde eu não consegui dar um passo sequer! Então lembrei-me que tinha um frizbee no carro e fizemos um fantástico jogo de Ultimate Frizbee na relva, até chegar à hora do happy hour num conhecido bar de Bishop, onde comemos uns fantásticos hamburgers por metade do preço!

Relvado no meio do deserto, onde fizemos slacklining e jogamos frizbee

Agora estou na berma da estrada, a roubar internet de um café, com o meu novo amigo da Tazmania. Vamos procurar um sítio para dormir no chão, perto do local onde amanhã vamos escalar, antes de seguirmos para LA.

Este dia foi muito surreal, com alguma aventura e muitas histórias para partilhar!

Labels: